quinta-feira, setembro 28, 2006

A Ilha desconhecida

A Ilha Desconhecida
Sou alguém que em determinado momento da vida também saiu pela porta das decisões, aquela usada raramente.
Ao passar por ela tive que gastar toda a coragem que há muito vinha guardando para essa ocasião tão especial, por sorte não faltou.
Ao lado de fora encontrei um novo mundo, muito melhor do que aquele imaginado, e olha que já vinha sonhando há tempos.
Como o ¨homem do barco¨, acreditei no desconhecido, sabia que ele estava lá.
Assim continuo sentindo, até hoje, meus alunos e alunas, nem sempre com a mesma empolgação. Constantemente penso no potencial desconhecido de cada estudante (pessoa) e na importância de ser educadora.
Na escola onde trabalho (Helena Câmara – São Leopoldo), existe a possibilidade de ousar. A direção é aberta para novas propostas. Mais ou menos como o rei que deu o barco. É claro que também não temos a tripulação (recursos).
Este texto é maravilhoso, com muitas possibilidades. Aquela parte que fala dos tipos de barcos, paquetes, cargueiros, navios de guerra, etc, tem muito a ver com o nosso trabalho. É preciso cuidado para não escolher o barco errado....
Temos que ousar e acreditar nos saberes diferentes, estar prontas para aceitar o desconhecido que muitas vezes vem com nossos(as) alunos(as).
Também relacionei com minha vida de professora o momento em que a mulher da limpeza firmou bem os pés na prancha e usou a vassoura como se fosse um espadão dos tempos antigos, no intuito de livrar o barco das gaivotas. Essa atitude remeteu meu pensamento às vezes em que temos que lutar por nossas idéias, sem desanimar, defendendo a opinião escolhida. Também a perseverança e a valorização de cada passo na formação de alguém já é um começo de grande valor.
Muitas vezes sinto medo de errar e erro. Acho que todas as pessoas que fazem alguma coisa estão correndo esse risco, porém procuro avaliar a situação com humildade para não repetir os mesmos erros. A parte mais complicada na minha viagem de educadora é a avaliação...
Finalmente quando o homem entra no sonho e conclui que o barco é a ilha, ele acorda feliz e parte para o começo da sua jornada. Acho que assim é educar... ter idéias, defendê-las, aceitar o desconhecido, perseverar, receber ajuda, sonhar muito e recomeçar sempre.
Juçara Becker

3 comentários:

Suzana Gutierrez disse...

Bela reflexão, Juçara!

Conseguistes relacionar muito bem o que nos traz Saramago com os momentos que vivemos em nosso cotidiano de professoras entre outras professoras e professores.
abraço,
Suzana Gutierrez

cleide disse...

Juçara,
em meus vinte e seis anos como professora não foram poucas as vezes que tive que defender o meu barco das gaivotas....mas é isso aí...se eu não fizer, quem vai fazer???? Continuo lutando!!!!!
Um abraço

sandraoliveira disse...

Juuuuu!
EStive aqui.
Adorei o jeito singular com que escreves.
Gosto muito de ti e fico torcendo para que consigas realizar teus sonhos.
bjs
Sandra Oliveira